sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Fé, Cidadania e ética.

FÉ, CIDADANIA E ÉTICA
Reflexão elaborada pelo CNLB da Arquidiocese de Curitiba-PR
Curitiba-PR, setembro/2010
Valorização da Vida, o imperativo da vida plena para todos “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” É hora de união entre todas as pessoas que creem no triunfo final da vida sobre a morte, porque assim será possível superar a crise e construir uma sociedade justa e pacífica, em harmonia com a grande comunidade de vida.
A oração é diálogo com Deus, mas devemos ter o cuidado de não reduzir Deus a um bem de consumo ou a solução fácil para nossas insuficiências. Jesus nos deixou a oração do Pai-Nosso como modelo. A Oração integra o modo de ser dos seguidores de Jesus, pois ele também rezava e com fervor do pedido de um discípulo, ensinou-nos a rezar esta maravilhosa oração.
Jesus Cristo foi um grande político, ensinou a seus discípulos que a atitude básica do cristão revestido de poder é a atitude de serviço, não de dominação e nem de busca do proveito pessoal. Ao perceber que os discípulos discutiam entre si sobre quem seria o maior no reino de Deus, Jesus lhes ensinou o “sim, sim“ – “não, não”, afirmando que o maior é aquele que serve,  os grandes governam oprimindo o povo. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal”  (Mt 20,26)
A orientação da Igreja se fundamenta no Evangelho e nos valores éticos e morais sobre os quais se construirá a sociedade justa, solidária e cidadã que desejamos. Baseados nisto é que os Bispos afirmaram na declaração de maio: 'Incentivamos a que todos participem e expressem, através do voto ético, esclarecido e consciente, a sua cidadania nas próximas eleições, superando possíveis desencantos com a política, procurando eleger pessoas comprometidas com o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana'.
O direito à vida, desde a concepção até a morte, é o mais fundamental dos direitos humanos e deve ser garantido pelo Estado. Por isso devem ser apoiadas as políticas públicas em favor da vida, desde as medidas que favoreçam a maternidade quanto à implementação de uma segurança pública com uso mínimo de armas letais.
Fortalecer exigências éticas em defesa da vida - Documento n.º 91/2010 CNBB
Item 94. “Eu vos asseguro: o que fizestes a estes meus irmãos menores a mim o fizestes” (Mt 25,42). À luz da ética, o Estado deve ter como princípio básico a consideração de que todos os homens e mulheres tenham os meios necessários assegurados para viver uma vida digna, desde a sua concepção até o final de seus dias. Assim, não há espaço para legislações que atentem contra a família ou contra a dignidade da vida humana, particularmente no que diz respeito à legalização do aborto e da eutanásia.
Item 96. Entretanto, se o potencial de riquezas naturais em nosso país é considerável, também o é a responsabilidade não só por tal patrimônio, mas também do uso responsável do mesmo, de seu manejo sustentável. Como nos diz o Documento 82 da CNBB, “abertos e solidários com todas as nações, somos administradores da riqueza nacional.” É essencial o controle social para evitar que as imensas possibilidades de vida e de sustentabilidade de outros povos sejam controladas por interesses financeiros.
Item 97. Assim, vemos a necessidade de:
  • Garantir a água como um bem público e patrimônio da humanidade, de destinação universal a todos os seres vivos. Já o disse Bento XVI que “é necessário a maturação duma consciência solidária que considere a alimentação e o acesso à água como direitos universais de todos os seres humanos, sem distinções nem discriminações.
  • Proteger a biodiversidade brasileira (flora e fauna) para o povo brasileiro solidário com os demais povos, respeitando e respaldando os saberes das populações tradicionais das várias regiões do país;
  • Assegurar o uso dos solos agricultáveis para o povo brasileiro, principalmente para os pequenos agricultores, comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas, espalhados por todo o território nacional;
  • Garantir a legalização e a posse das terras dos povos indígenas e quilombolas.

Item 104. A Terra é responsabilidade humana mais que objeto de conquista.A tutela do ambiente constitui um desafio para toda a humanidade. Trata-se do dever comum e universal e do respeito a um bem coletivo”.
O meio ambiente alterado é reflexo das mudanças impostas pelo uso desordenado das riquezas da natureza. O Papa Bento XVI nos diz que “A natureza está à nossa disposição, não como ‘um monte de lixo espalhado ao acaso’, mas como um dom do Criador que traçou os seus ordenamentos intrínsecos dos quais o homem há de tirar as devidas orientações para a ‘guardar e cultivar’”.
Em face das dramáticas mudanças climáticas que o mundo está sofrendo por causa da ação predatória do sistema produtivista-consumista, cresce a consciência ecológica e o deseja de buscar outro modelo de desenvolvimento, voltado não para o lucro abusivo, descontrolado e sim para a vida, não para a produção ilimitada, mas para a humanidade, onde se produza aquilo de que precisamos, sem destruir a Terra.
Merece destaque numerosas iniciativas em favor da PAZ entre os povos, religiões e etnias de um mesmo país, bem como o esforço para universalizar os direitos humanos, políticos, civis, econômicos, sociais culturais e ambientais.

Democratizar a comunicação e a informação - Documento n.º 91/2010 CNBB
Item 111. Já o disse a CNBB em seu documento 82 que “a mídia é, hoje, um grande instrumento de poder. Exerce uma força suficiente para mexer com a opinião pública e conduzir ao poder pessoas ou partidos, aliados a determinados interesses”. Seguindo a mesma linha do referido documento, faz-se necessária uma profunda democratização quer seja na forma de comunicar e informar, quer seja no acesso aos meios pelos quais essas funções são exercidas, de acordo com o Art. 233 da Constituição. As novas tecnologias o permitem e o surgimento dos novos sujeitos sociais, econômicos, culturais e políticos exigem formas mais democráticas de concessão do direito e de regras em seu uso. Desta forma, para o exercício democrático do poder, é indispensável a democratização da  comunicação.
A informação é uma forma de enfrentar medos e situações difíceis. Então, procure sempre pesquisar e refletir sobre os temas que deixam dúvidas. Assim haverá instrumentos para ajudar resolver ou entender com os problemas do dia a dia.
Em política, a informação e a reflexão evitam que os cidadãos sejamos enganados. Leia, ande pelas ruas e conheça as diversas realidades diferentes da sua. Pesquise bastante quando precisar tomar decisões importantes, exemplo dessa decisão é como votar.


E lembre-se: Somos o que fazemos, não o que dizemos.
Para o eleitor, é fundamental ter pontos de diferenciação para que possa discernir, se orientar, decidir; e principalmente que as propostas contenham o valor de verdade. É mais importante saber qual a posição, a linha de pensamento de um candidato a respeito das questões estratégicas, do que ouvi-lo fazer certas promessas.
                Nenhum bom governo deixará de fazer algo, contudo, sempre de acordo com as políticas e planos que traçaram.
Efetuar o discernimento, se as diretrizes são viáveis e claras.
Precisamos melhorar a qualidade de nossos representantes e governantes, o voto é uma procuração que passamos para que os governantes governem em favor de todos.
São preocupantes as coligações entre partidos, onde são desprezados bons programas e propostas de valorização da vida. Resta aos eleitores, na hora da votação estar buscando um candidato ético e consciente da necessidade da sociedade.
É de grande preocupação o modo como essas coligações partidárias acontecem, muitas vezes sem preocupação com a Dignidade Humana, desta forma deixando, muitas vezes os eleitores confusos em suas escolhas.
As mudanças das quais a sociedade necessita para vivermos em uma nação mais justa e humana deve partir primeiramente de nós, de nossas mudanças como eleitor consciente e como membros atuantes de nossa sociedade como:
v  Participar de um Conselho paritário (participação popular);
v  Discutir e deliberar as ações públicas do governo em nossa cidade e país ;
v  Discutir e deliberar sobre o orçamento de nossa cidade e país;
v  Decidir q a destinação das verbas públicas para determinados projetos;
v  Decidir o que se vai fazer, quem vai fazer e como vai fazer o governo de nossa cidade, distribuindo os recursos conforme as deliberações do Conselho.
v 
Há que se retirar da consciência popular a falsa ideia de que o “Agir Político” se restringe aos outros, aos que têm o poder econômico, aos bem falantes, aos estudados.
Que a nossa participação faça com que todos os homens e mulheres de nosso país se sintam sujeitos e não objetos políticos, buscando formas de participação ampla e irrestrita, mais igualitárias e cidadã, de estado e Democracia dentro dos Mandamentos de Deus.


REFLEXÕES:

Que tal, você, eu, nós, refletirmos juntos sobre esses assuntos, tão importantes para melhorar a nossa vida, estas reflexões poderão ocorrer nas famílias, nos grupos de orações, nos locais de trabalho, em grupo de amigos e demais locais na sociedade.


                                  ·            Jesus Cristo foi um grande político . Qual a diferença entre a politica feita por Jesus e a feita por nós e por nosso país?
                                  ·            Dentro de nossa meio, podemos buscar candidatos comprometidos com a Dignidade Humana?
                                  ·            Fé, Ética e Cidadania, onde podemos buscar aprofundamentos para os nossos conhecimentos?
                                  ·            Fé, Ética, Responsabilidade e Cidadania devem iniciar na família e na escola. De que forma temos contribuído para que isto aconteça?   
                                  ·            Que práticas estamos tendo, ou estamos vendo em nossa cidade, que visam à reforma fundamental no Estado Brasileiro e na Democracia que vivemos?
                                  ·            Que caminhos devemos tomar, que práticas devemos ter e que organizações devemos criar para alcançar o objetivo de termos  Uma Nova Democracia para um novo Estado ?
                                  ·             Na decisão de Não votar, estamos deixando de eleger bons candidatos ou colaborando para que continue sendo eleitos candidatos, sem escrúpulos, sem Ética e sem se preocupar com o Bem Estar de uma sociedade. Você pode mudar isto? Como?
                                  ·            Qual a função do Estado em relação ás imensa diferenças econômicas e culturais? E qual a nossa postura quanto a isso?
                                  ·            É papel de o Estado prover assistência, saúde, educação, saneamento, habitação e etc. Isto tem ocorrido? De que forma?
                                  ·            Em relação à sustentabilidade, o que temos feito para mudar a degradação do meio ambiente?


Sites importantes para pesquisar as ficha sujas dos candidatos às eleições com processos em andamento:

               www.mcce.org.br
           www.tse.gov.br    
           www.transparencia.org.br   
           www.tre.gov.br      
           www.tcu.org.br      

 Demais sites para pesquisas:

               www.cnlb.org.br   
           www.cnbb.org.br

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