segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

SOS Haiti


Igreja no Brasil lança Campanha SOS Haiti para ajudar os necessitados do terremoto.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Cáritas Brasileira, organismo vinculado a CNBB, está lançando uma Campanha de ajuda às vítimas do terremoto que atingiu o país caribenho, na noite do dia 12, vitimando milhares de pessoas, dentre elas a fundadora da Pastoral da Criança, Drª Zilda Arns. Diante das consequências desta tragédia, a CNBB, em conjunto com a Cáritas Brasileira, lança a Campanha SOS HAITI em socorro à população atingida pelo terremoto.
Com esta campanha, a Igreja pretende fazer um apelo a todas as comunidades, paróquias, dioceses e a sociedade em geral para que organizem coletas em favor do povo haitiano, sugerindo que o dia 24 de janeiro, domingo, seja dedicado a orações pelas vítimas, reflexões e coletas em dinheiro. O resultado da campanha brasileira SOS HAITI se integra a campanha mundial promovida pela Caritas Internacionalis em resposta ao chamado do papa Bento XVI para a solidariedade da Igreja ao povo haitiano.
As doações em dinheiro podem ser depositadas nas contas bancárias abertas exclusivamente para a campanha e serão destinadas às ações de socorro imediato, reconstrução e recuperação das condições de vida do povo haitiano. As contas para depósito são:
Banco Bradesco, Agência: 0606 Conta Corrente: 70.000-2;
Caixa Econômica Federal OP: 003, Agência: 1041 Conta Corrente: 1132-1;
Banco do Brasil, Agência: 3475-4 Conta Corrente: 23.969-0
Mais informações acesse o site da Cáritas Brasileira, www.caritas.org.br ou ligue (61) 3214-5400.

Zilda Arns, a mãe do Brasil - Homenagem de Frei Beto



PODE-SE REPETIR que ninguém é insubstituível, mas a dra. Zilda Arns, vítima do terremoto que arruinou o Haiti, era, sim, uma pessoa imprescindível. Nela mostrava-se imperceptível a distância entre intenções e ações. Formada em medicina e movida por profundo espírito evangélico -era irmã do cardeal dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo-, fundou a Pastoral da Criança, alarmada com o alto índice de mortalidade infantil no Brasil. Em iniciativas de voluntariado podem-se mapear dois tipos de pessoas: as que, primeiro, agem, põem o bloco na rua e depois buscam os recursos, e as que se enredam no cipoal das fontes financiadoras e jamais passam da utopia à topia. Zilda Arns arregaçou as mangas e, inspirada na pedagogia de Paulo Freire, encontrou, primeiro, recursos humanos capazes de mobilizar milhares de pessoas em prol da drástica redução da mortalidade infantil: mães e pais das crianças de 0 a seis anos atendidas pela pastoral transformados em agentes multiplicadores. Ela, sim, fez o milagre da multiplicação dos pães, ou seja, da vida. Aonde chega a Pastoral da Criança, o índice de mortalidade infantil cai, no primeiro ano, no mínimo 20%. Seu método de atenção às gestantes pobres e às crianças desnutridas tornou-se paradigma mundial, adotado hoje em vários países da América Latina e da África. Por essa razão, ela estava no Haiti, onde pagou com a morte sua dedicação em salvar vidas. Trabalhamos juntos no Fome Zero. No lançamento do programa, em 2003, ela discordou de exigir dos beneficiários comprovantes de gastos em alimentos, de modo a garantir que o dinheiro não se destinasse a outras compras. Oded Grajew e eu a apoiamos: ressaltamos que apresentar comprovantes não era relevante, valia como forma de verificar resultados. Haveria que confiar na palavra dos beneficiários. Em março de 2004, no momento em que o governo trocava o Fome Zero pelo Bolsa Família, ela me convocou a Curitiba, sede da Pastoral da Criança. Em reunião com José Tubino, da FAO, e dom Aloysio Penna, arcebispo de Botucatu (SP), que representava a CNBB, debatemos as mudanças na área social do governo. Expus as tensões internas na área social, sobretudo a decisão de acabar com os comitês gestores, pelos quais a sociedade civil atuava na gestão pública. Zilda Arns temia que o Bolsa Família priorizasse a mera transferência de renda, submetendo-se à orientação que propõe tratar a pobreza com políticas compensatórias, sem tocar nas estruturas que promovem e asseguram a desigualdade social. Acreditava que as políticas sociais do governo só teriam êxito consolidado se combinassem políticas de transferência de renda e mudanças estruturantes, ações emergenciais e educativas, como qualificação profissional.Dias após a reunião, ela publicou, neste espaço da Folha, o artigo "Fôlego para o Fome Zero", no qual frisava que a política social "não deve estar sujeita à política econômica. É hora de mudar esse paradigma. É a política econômica que deve estar sujeita ao combate à fome e à miséria". E alertava: "Erradicar os comitês gestores seria um grave erro, por destruir uma capilaridade popular que fortalece o empoderamento da sociedade civil; (...) por reforçar o poder de prefeitos e vereadores que nem sempre primam pela ética e pela lisura no trato com os recursos públicos. O governo não deve temer a parceria da sociedade civil, representada pelos comitês gestores". O apelo da mãe da Pastoral da Criança não foi ouvido. Os comitês gestores foram erradicados e, assim, a participação da sociedade civil nas políticas sociais do governo. Apesar de tudo, o ministro Patrus Ananias logrou aprimorar o Bolsa Família e o índice de redução da miséria absoluta no país, conforme dados recentes do Ipea. Falta encontrar a porta de saída aos beneficiários, de modo a produzirem a própria renda. Zilda Arns nos deixa, de herança, o exemplo de que é possível mudar o perfil de uma sociedade com ações comunitárias, voluntárias, da sociedade civil, ainda que o poder público e a iniciativa privada permaneçam indiferentes ou adotem simulacros de responsabilidade social. Se milhares de jovens e adultos brasileiros sobreviveram às condições de pobreza em que nasceram, devem isso em especial à dra. Zilda Arns, que merece, sem exagero, o titulo perene de mãe da pátria.
TExto de:
CARLOS ALBERTO LIBÂNIO CHRISTO, o Frei Betto, 65, frade dominicano, é assessor de movimentos sociais e escritor, autor de "A Mosca Azul - Reflexão sobre o Poder" (Rocco), entre outros livros. Foi assessor especial da Presidência da República (2003-2004)


Com a Missão no Coração!!!

É tarefa nossa colocar o mundo no centro, no altar dos nossos corações, comunicar as ricas experiências que vivemos, ajudar a perceber que não podemos reduzir a missão a uma experiência pessoal. Somos chamados a anunciar a boa nova além fronteiras e a partilhar, animar, incentivar nossas comunidades, paróquias, a Igreja toda a se contagiar com a Missão para a Humanidade. “Que eu não fique indiferente aos problemas das pessoas em nenhum lugar do mundo”. Com este desejo no dia 13 de dezembro estivemos reunidos em Nova Contagem, MG, para um bonito encontro, no qual tivemos a oportunidade de ouvir as partilhas missionárias de Lourdes, lmc em Moçambique; irmã Elvira, religiosa moçambicana aqui no Brasil; Rose, lmc atuante na Causa Indígena; Pe Everaldo mccj e tantas outras partilhas.O momento de formação com Pe Jorge mccj, a leitura orante conduzida pelo Alejo lmc, muita música, alegria, emoção nos fizeram parar um pouco para partilharmos este rico tesouro que trazemos em nossos corações.A primeira terra de Missão é o nosso coração! Podemos dizer que muitos são os motivos de gratidão a Deus, pela sua ação em nossas vidas e na ação missionária da Igreja. Preciosa também a presença e participação dos escolásticos René do Ecuador e Willy do Peru, que chegaram em Contagem para continuar a formação comboniana.Neste ano, nos reunimos como família missionária comboniana para construímos um dia de reflexão, oração, partilhas da Missão... Foi um momento de encontro, festa, reunidos com familiares, amigos, colaboradores: todos aqueles que têm a Missão no coração! Foi um dia dedicado a reforçar nossos laços de amizade e o compromisso e espiritualidade missionária comboniana.Encerramos o dia com a celebração da Missa de Ação de Graças e o Envio Paroquial da Vanessa e do Everaldo para a África. Na Eucaristia foi partilhado a importância dos verbos: partir e chegar, dar e receber, enviar e acolher. São atitudes e ações missionárias ainda muito atuais e que provocam os jovens. No momento da benção e do envio todos pediram o dom do Espírito Santo e se comprometeram a não deixar os nossos amigos partirem sozinhos, mas acompanhados e apoiados pela comunidade, paróquia e amigos.Que Deus nos abençoe e São Daniel Comboni nos inspire para que possamos crescer sempre mais na consciência de sermos discípulos missionários de Jesus, colaboradores no Seu projeto de Salvação. Assim, com nosso compromisso, daremos testemunho com nossas vidas de que Missão é tarefa essencial da Igreja.

Cristina Paulek e pe. Jorge Padovan