domingo, 9 de maio de 2010

Vanessa em Moçambique - "o transporte coletivo"




O chapa

É o meio de transporte clandestino de Moçambique, mas é também o único que o povo tem acesso.O chapa é uma Van ou uma kombi que carrega no mínimo 50 passageiros, quando deveria transportar somente 25 pessoas.
Para entrar no chapa, é preciso fazer uma ginástica, na verdade é uma luta.Nao existe fila de espera, quando o chapa chega é uma guerra, todos tentam entrar ao mesmo tempo para conseguir um lugar para sentar e se possível no lado da janela. O chapa está sempre lotado, normalmente as portam nem fecham, é uma loucura!
Os motoristas que conduzem as chapas, alugam o veículo e precisam no final do dia pagar o aluguel do veículo e uma porcentagem das viagens realizadas. Quem são os motoristas do chapa? Homens que na maioria das vezes não tem a carta (a carteira), mas sabem dirigir o veiculo.Em alguns casos é possível encontrar um motorista alcoolizado... Só Jesus!
Os chapas estão em péssimo estado, vidros quebrados, bancos rasgados, cinto de segurança nem existe, o motor que no meio do caminho estraga.Normalmente, a polícia para os chapas e depois que os motoristas pagam uma taxa, os chapas podem continuar o trajeto.Tem chapa de 10 em 10 minutos e todos estão lotados, o trânsito é um horror.A locomoção é lenta...
Como eu não tenho carteira de motorista, preciso pegar o chapa para me locomover. E ai sempre faço minha oração pedindo proteção de Deus para ir e voltar em segurança.
Os governantes não estão preocupados em melhorar essa situação. Existe o TPM (Transporte Publico de Maputo), são poucos os ônibus, que o povo não pode se dar o luxo de esperar o ônibus aparecer, e o TPM nem passa em todos os bairros.
No ano passado, os leigos de Maputo tinham o carro, nunca andavam de chapa. Agora é outra história, o povo gosta de ver as leigas no chapa, é muito bom encontrar uma pessoa conhecida nesse meio de transporte.
Isso é missão, literalmente estamos no meio do povo, assumindo também o mesmo risco que a população de Maputo.Diante dessa situação me sinto missionária que caminha com o povo, lógico com uma enorme revolta contra os governantes que não se mexem.E eu nem pego chapa todos os dias, só de vez enquanto por que vou e volto a pé para o serviço.
Estamos Juntos. Na graça.



Vanessa LMC



sábado, 1 de maio de 2010

Dia 1o de maio





Hoje celebramos esta data tão importante como Região Episcopal Nossa Senhora Aparecida.

Há mais de 30 anos acontece a missa dos trabalhadores na praça da Cemig. Um lindo encontro de fé e compromisso com a causa das trabalhadoras e trabalhadores da nossa grande região metropolitana de Belo Horizonte!
Eis alguns momentos:










Entrada da imagem de Aparecida toda feita de material reciclado pelo pessoal da cooperativa de catadores de papel!



No final da Missa, Pe Jorge aproveitou para falar do encontrão das Cebs do dia 21 e das propostas que tiramos para a região.




Momento da benção final!





Dom Joaquim Moll falou da importância das CEBs e da Região Nossa Senhora Aparecida não deixar esta experiencia tão bonita restrita. Nos convocou a sermos missionários além fronteiras!
Cristina









Osmar - AM

Após 3 meses de vivência em Contagem - bairro Ipê Amarelo e um dedicado trabalho junto a Casa Comboniana Justiça e Paz; aulas de reforço de Matemática junto as crianças do Espaço Esperança, esforços no encontrão das CEBs, Osmar leigo missionário comboniano, dará continuidade a nossa presença junto a Causa Indígena em Santo Antonio do Matupi - AM.
Eis algumas notícias enviadas por ele, que aterrizou em Porto Velho no dia 28 de abril e já se encontra na equipe missionária comboniana:

"Oi,
Pe. Massimo, ir. Candida e eu almoçamos ontem na casa episcopal. Dom Francisco lembra muito Dom Antonio Possamai, muito simples e acolhedor. Saímos para Sto. Antonio do Matupi depois de um gostoso almoço amazônico: peixe surubim ao molho com qüento e suco de cupuaçu! Chegamos em nossa casa no km 180 por volta das 22h de ontém, pois aconteceram alguns "imprevistos bem previstos" na transamazonica: caminhão atolado, ponte em reforma e nosso carro que deu pane com uma peça quebrada. Chegamos vivos, mas muito cansados!
Rezem por nós! Um forte abraço! Envio algumas fotos.
Tchau.
Osmar
Vista aérea da cidade de Humaitá


Transamazônica

Operário padrão

Morreu
num acidente de trabalho
o operário-padrão
Modesto Morais.
Por um dia, seu lugar
na linha de montagem ficou vazio,
lá onde há treze anos
fielmente
apertou parafusos
e, às vezes,
também, gente.
Páram-se as máquinas.
Um minuto de silêncio.
Aproxima-se o patrão
Nobre Pavlowski
pessoalmente.
Em voz baixa
e com soluços oportunos
encerra o acontecimento:
"Modesto,
não te esqueceremos jamais."
Um coro fúnebre
dos companheiros
abre eco: " Operário-padrão-Morais,
nunca mais!".
poema de Paulo Suess - Do Grito à Canção. Poemas de resitência. 1983.