terça-feira, 27 de abril de 2010

Encontro da Região Nossa Senhora Aparecida de CEBs

Realizou-se no dia 21 de abril de 2010 na Região Episcopal N. Sra Aparecida na Paróquia São Domingos de Gusmão em Nova Contagem, o 22o Encontro Regional das CEBs.



Participaram representantes de várias paróquias da Região sendo mais de 500 pessoas que tinham por objetivo se encontrar para este momento forte de formação como comunidades eclesiais de base e reavivar em nós a paixão e opção pelo jeito de caminhar e assumir a nossa “natureza missionária” guiados pelo Espírito a serviço do Reino.




Foi um momento forte de encontro, formação, partilha e articulação dentro da caminhada da Igreja formada por comunidades eclesiais de base, onde busca-se ter como centro a Palavra de Deus e a sua atualização e encarnação na Vida e caminhada do Povo de Deus. Na foto, o momento da entrada da Palavra trazida por Ricardo e Cristina.



A equipe de secretaria trabalhou muito para que tudo fosse registrado com carinho e Osmar não perdeu tempo e registrou em detalhes este momento.


Tivemos a assessoria na parte da manha do Pe Libanio e a tarde foram organizados 12 mutirões para a reflexão dos seguintes temas:

Oficina 1) ECOLOGIA ( Linha Integração da Criação; Aquecimento global; reciclagem; preservação do meio ambiente, matriz energética, co-responsabilidade na criação e continuação deste “paraíso”) Assessoria: Wanda Lúcia Gomes

Oficina 2) MUNDO DO TRABALHO: (Nossa realidade de local dormitório; Dignidade do Trabalho; Exclusão e a “falta” de preparação para o trabalho; trabalho informal; desemprego, Presença da Igreja no mundo do trabalho) Assessoria: Pe Chico

Oficina 3) VÁRZEA DAS FLORES (A mobilização para preservação do local, água, poluição) Assessoria: Adélia Batista

Oficina 4) ÉTICA NA POLÍTICA (Formação política para exercício da cidadania, responsabilidade cristã na política. O cristão de hoje o político de amanhã).
Assessoria: Liliam

Oficina 5) QUESTÃO CARCERÁRIA (Realidade atual do sistema prisional Nelson Hungria, CERESP, a luta contra privatização dos presídio em Ribeirão das Neves; criação das APAC) Assessoria: Valdeci Antonio Ferreira

Oficina 6) ECUMENISMO ( Campanha da fraternidade, Semana de unidade dos cristãos, 100 anos de ecumenismo. O caminha para um dialogo inter religioso, busca do bem comum da sociedade, da justiça, o respeito, a opção pelos pobres);
Assessoria: Ir Márcia e Pastor Marcio - CONIC

Oficina 7) FAMÍLIA: (Relações familiares, o desafio de formação do individuo e cidadão dentro da nossa sociedade, diversos modelos que hoje convivem)
Assessoria: Mariline

Oficina 8) CEBs: (Portadora do sonho de Jesus , desafios, perspectiva desta Igreja comprometida, comunitária, em uma sociedade individualista, mediatista. Opção pelos pobres , novo jeito; força missionária da Igreja Ministerial)
Assessoria : Andreia Goldinho

Oficina 9) UM OLHAR ALÉM DAS NOSSAS FRONTEIRAS (AD GENTES ) A Paróquia é o Mundo: situações missionárias, Santas Missões populares. Valores do Reino nas culturas). Assessoria: Pe Édison Zanini

Oficina 10) CÍRCULOS BÍBLICOS: (espiritualidade encarnada; renovação
da comunidade, força das Cebs) Assessoria: Osvanil

Oficina 11) LITURGIA: (Celebrar a Ressurreição e a Vida em nossas liturgias. O momento celebrativo, uma liturgia orante, comunitária) Assessoria: Pe Mirin

Oficina 12: RELAÇÕES HUMANAS: (Necessidade de formar comunidades e pessoas comprometidas e fraternas, em uma sociedade individualista. A luta pelo bem comum) Assessoria: Ir Selita (Petrolândia)

"Vem pras CEBs meu irmão você vai se apaixonar!" Este belo refrão criado pela equipe do canto, ecoou durante todo o encontro e cativou as muitas pessoas que participaram do encontro, na formação e nas diversas equipes da paróquia que trabalharam para que o encontro fosse um momento de graça na vida da Igreja!

Cristina

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Mulher Moçambicana - (Mama ou mamana)


O7 de abril, dia da Mulher Moçambicana


O Dia da Mulher Moçambicana é um feriado oficial em Moçambique, celebrado a 7 de Abril, aniversário da morte de Josina Machel, segunda esposa de Samora Machel, primeiro presidente de Moçambique. Josina, que se juntou à Luta Armada de Libertação Nacional ainda jovem, é considerada uma heroína de Moçambique.



“Sou chama duma fogueira,
Acendida a beira mar
Com essência de palmeira
E pedaços de luar

Cresci nos contos da esteira,
Como princesa a sonhar;
Que alça a sua bandeira,

Com os dois braços no ar.

Sou mulher moçambicana,

Tecida em negro tear;

Com fios de capulana,

Que ninguém pode quebrar.


Meu seio é terra plana,
Em contínuo germinar;
O gozo de ser mamana,
De dar vida até findar

Levo à cabeça a canseira,

Do meu povo a caminhar;

Em direcção à fronteira,

Que vence o medo de amar.

Minha dança é feiticeira,
Enfeitiça cada olhar;
Finge-se de prisioneira,
Só p’ra poder cativar.”

(João Nascimento)


Notícia enviada por Rai Soares - leiga missionária Projeto Lichinga

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Semana Santa - Ipê Amarelo/Contagem


Depois de vivermos uma Quaresma com muito trabalho, com poucas oportunidades em participar de tudo que a comunidade Nossa Senhora Aparecida do Ipê Amarelo organizou, via-sacra toda sexta-feira a noite, círculos bíblicos nas casas, orações do terço, ... buscamos dedicar um tempo maior de oração, silêncio e vivência junto á Comunidade no período da Semana Santa, sem contar os sacrifícios que para quem mora aqui já são rotineiros, como as longas viagens de ônibus, o retorno sempre lotado, o preço da passagem, as muitas caminhadas morro acima embaixo de sol forte, o viver com pouco dinheiro, penitencias que o povo faz no dia a dia sem reclamar...ou sem se dar conta, pois busca sobreviver!
Estamos na Paróquia São Domingos de Gusmão, que está aos cuidados dos padres combonianos: Francisco Lenzi, Jorge Padovan e Sandoval Dutra, por ordem de chegada. Encontra-se aqui a Casa de Formação do período do Escolasticado com Willy (peruano) e René (equatoriano) estudando teologia. Estão aqui por um período, Ricardo e Eder, pré-noviços que se preparam com o aprendizado da Língua Espanhola, pois vão fazer o período de Noviciado no México. São alunos do nosso Alejo, professor que caminha bastante para estar aqui todas as semanas e evitar uma grande volta até Belo Horizonte. Já, em nossa casa, estamos eu e Osmar, que neste mês de abril já vai para Amazônia em sua nova Missão e Marcelo que está passando alguns dias.
Foi bonito acompanhar a preparação do período da Páscoa, junto ao CPP (Conselho Pastoral Paroquial). Foram 2 encontros para que os representantes das 12 comunidades juntamente com os agentes de pastoral discutissem, decidissem e organizassem as atividades da Paróquia.
No Domingo de Ramos, as Comunidades N. Sra Aparecida e N. Sra Auxiliadora celebraram juntas. O início foi no Ipê, tudo enfeitado com ramos cheirosos, de onde saímos em procissão até o Vila Esperança, numa bonita caminhada, celebrada e vivida junto ao povo de Deus. Vivemos em meio a muitas comunidades evangélicas, o grupo de católicos participantes ativos é pequeno, mas significativo.
Na Quinta-Feira Santa, a celebração foi no Ipê, reunindo as 2 comunidades com o marcante momento do Lava-pés, que nos lembra que Jesus tirou o manto, símbolo do poder e colocou o avental, símbolo do serviço. Depois recolocou o manto sem retirar o avental. Quantos sinais para nossa vida!
Na sexta-feira Santa ás 6 horas da manhã, a comunidade do Ipê organizou a vida-sacra saindo da casa do seu Valdemar, com seus 83 anos de idade, cabelos brancos como a neve e uma fé de causar uma santa inveja. Seu Valdemar, cuidou de sua esposa até abril do ano passado. Foram 40 anos de cuidados porque ela não mais conseguiu estabelecer a ligação com a real situação do dia a dia. E os 3 últimos anos de sua vida foram em cima de uma cama. Dona Julia foi muito bem cuidada por ele e houve um empenho da comunidade muito bonito, sinal de muita solidariedade e compaixão.
Este é o terceiro ano que a comunidade não realiza mais a via-sacra ao meio- dia. O sol era de rachar e depois de uma longa tradição de penitencia e quase insolação, concordou-se em mudar para as 6 horas da manhã. Sinal que não podemos ser inflexíveis e devemos estar abertos às tradições que favoreçam a vida. Feliz daquele que teve esta boa idéia, afinal sacrifício maior é levantar cedo em dia de folga!!!
Às 15 horas, participamos da celebração da cruz na comunidade do Ipê amarelo, com um grupo de cerca de 30 pessoas. Momento solene e muito introspectivo.
Dedicamos o sábado ao silêncio, organizar algumas coisas da casa e fizemos o Informativo LMC, além de alguns trabalhos da paróquia. Á noite, a Paróquia reuniu-se às 21 horas em 3 comunidades para celebrar a Vigília da Luz, tendo sido um momento forte paroquial, com celebrações bem preparadas e participativas.
Domingo de Páscoa, na certeza do Ressuscitado nos reunimos para a missa no ipê Amarelo e depois pudemos saborear um almoço comunitário aqui em casa, seguindo a tradição iniciada pela Vanessa ano passado. Reunidos como família comboniana, juntamente com a família Reis, Ventura, o pessoal do Alceno, o seu Valdemar, seu Raimundo, Marília e os meninos, alguns vizinhos,... fizemos uma bonita festa! Cada um deu o que podia e no final todos saíram saciados com um legítimo churrasco... á moda mineira, onde é preciso estabelecer uma relação diferente com o tempo, principalmente para nós que viemos de outras regiões do Brasil. É sempre uma grande descoberta.
Viver este tempo forte de encontros é transformador, inquietante. Que como em Emaús, hoje encontremos os ressuscitados e o Ressuscitado no nosso caminho!!!
Com amizade,
Cristina

Semana Santa em Maputo, Moçambique.



Estamos na paróquia comboniana São Francisco Xavier da Benfica, que é composta por 5 comunidades: São Francisco de Assis, São João de Deus, São Kizito, Sede Francisco Xavier e Santa Bakita, comunidade onde moramos.

Ter participado da Semana Santa foi um tempo de graça e muita alegria! Aqui o povo tem um ritual muito particular.
Na sexta-feira antes do Domingo de Ramos, os jovens buscam para toda a paróquia ramos iguais para todos. Aqui, como no Brasil, o povo tem uma grande fé.
Na quinta-feira, tivemos a missa do Lava-pés e o padre lavou os pés dos anciões que são fonte de sabedoria para a comunidade.
Sexta-feira da Paixão, a igreja ficou cheia, muito cheia, participamos da adoração da Cruz às 15:00 horas.

No sábado de Aleluia vivenciamos uma verdadeira festa: “Cristo Ressuscitado no meio de nós!!!” Todos os anos, na Páscoa acontecem os batizados dos adultos. Neste ano na paróquia foram 150. Os catecúmenos passam por uma formação de no mínimo 4 anos. Os padrinhos escolhidos são pessoas que acompanham a vida dos afilhados em todos os sentidos. Caso o afilhado fique sem a mãe ou o pai, o padrinho torna-se responsável pelo afilhado (a).

No domingo de Páscoa todos os que foram batizados retornam à Igreja para agradecer a Deus pelo sacramento recebido. Acontece um ofertório solene de alimentos e frutas que são oferecidas para a comunidade ou para o padre.


Fiquei admirada com o silêncio profundo e a concentração desse povo nas celebrações eucarísticas, mesmo com a duração de 2 horas de missa, não se ouve uma conversa, um choro de criança (se ocorrer as mães levam a criança para fora na hora), nenhum celular toca. O povo só começa a falar e a se mexer depois da bênção final.
As celebrações demoram por que as leituras e a homilia são realizadas em português e traduzidas na língua da maioria étnica: ronga. É um povo que reza, canta, dança e é realmente muito temente a Deus.
Eu, em especial, celebrei a Páscoa com muita saudade do Brasil: da minha família, do povo do Bairro Lindéia, do Ipê, das minhas amigas da faculdade. Porém, sempre com confiança em Deus que é Pai de todos, no Cristo Ressuscitado que está vivo em todos lugares e no Espírito que nos ajuda a caminhar.
Estamos Juntos.
Na graça.
Vanessa LMC