sábado, 1 de maio de 2010

Operário padrão

Morreu
num acidente de trabalho
o operário-padrão
Modesto Morais.
Por um dia, seu lugar
na linha de montagem ficou vazio,
lá onde há treze anos
fielmente
apertou parafusos
e, às vezes,
também, gente.
Páram-se as máquinas.
Um minuto de silêncio.
Aproxima-se o patrão
Nobre Pavlowski
pessoalmente.
Em voz baixa
e com soluços oportunos
encerra o acontecimento:
"Modesto,
não te esqueceremos jamais."
Um coro fúnebre
dos companheiros
abre eco: " Operário-padrão-Morais,
nunca mais!".
poema de Paulo Suess - Do Grito à Canção. Poemas de resitência. 1983.

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