quinta-feira, 29 de março de 2012

Notícias: Do Brasil para Moçambique


 


por Flávio Schmidt, lmc em Carapira/Moçambique



 Você já pensou em ser missionário? Pois é, esse é o desejo de muitos leigos e leigas. Flávio Francesco Soares Schmidt, conta como foi sua caminhada até tomar a decisão de partir além fronteiras como leigo missionário comboniano. No início de 2012 ele foi para Moçambique. Eis a sua partilha:
No dia 12 de janeiro embarquei rumo a Moçambique, para a Província de Nampula, distrito de Carapira, para integrar a comunidade de Leigos Missionários Combonianos (LMC) de lá atuando na Escola Industrial. 
Há tempos em minha caminhada de fé, venho sentindo em meu coração uma inquietação de que poderia fazer algo mais, doar-me mais, além do que já vinha fazendo na comunidade paroquial e diocesana. Nos últimos anos estava participando ativamente da Pastoral da Juventude e da crisma de jovens, mas algo me impulsionava  a desejar  “águas mais profundas”. Procurava uma proposta que atendesse a este apelo profundo que sentia. A resposta veio lendo uma notícia no ”Jornal Missão Jovem”. “Ser missionário!” Essa idéia pareceu ir  ao encontro da inquietude que eu sentia e então passei a buscar uma forma de poder viver esta proposta como leigo.
Em um momento desta busca, encontrei o site dos missionários combonianos, onde li alguns textos a respeito da missão. Através do site, entrei em contato com eles e apresentei minha intenção. Assim, encaminharam esta mensagem para Cristina Paulek, atual coordenadora do grupo LMC brasileiro e iniciamos um diálogo. Foi muito bom poder partilhar meus ideais missionários e, em cada e-mail trocado, texto lido, informativo recebido, perceber que estes ideais iam ao encontro da proposta dos LMCs, inspirados pelo carisma de São Daniel Comboni. Claro que, como toda grande decisão, essa escolha gerou dúvidas: ir ou ficar? Estar lá ou aqui? Lá precisam de pessoas, mas aqui também! E agora? Coloquei todos estes questionamentos nas minhas orações, e aos poucos fui percebendo nos acontecimentos que se sucederam a resposta de Deus, “ir até os confins do mundo”. (Mt 28,19)
E assim decidi, ingressei na comunidade LMC Brasil para o ano formativo e, aos poucos, a cada dia, aprendendo, vivendo e sonhando esta vida missionária, confirmando o anseio inicial e o propósito assumido, reforçando o ânimo  e o entusiasmo e assim descobrindo a importância da dimensão missionária de nossa Igreja.
Missão é relação mútua, que  enriquece toda a Igreja: a que envia e a que recebe; quem foi, quem está lá, mas também quem ficou. Sim, de onde venho precisam de pessoas para muitas situações. Mas, nesta perspectiva de que a missão é para a humanidade, não é desonesto com minha comunidade de origem eu partir para outro lugar. Seria desonesto com a humanidade se eu não partisse. Por isso vou, decidido e alegre, viver esta relação de família-humanidade. Vou com o coração aberto para estar no meio dessas pessoas, para viver e compartilhar com eles aquilo que sou e acolher o que eles são. E buscar viver a dimensão da proposta de Jesus Cristo, que quer vida em abundância para todos. (Jo 10, 10) ü                    
  Fonte: Batuque da Savana, n.12


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