domingo, 29 de abril de 2012

Novo Código Florestal: Tiro no pé para Rondônia
A maioria dos deputados de Rondônia e da Câmara de Brasília deram um tiro no pé da agricultura brasileira esta semana, com a aprovação da lei do novo Código Florestal. Reduzindo a proteção as árvores e as florestas, também as propriedades agrícolas sofrem maior devastação, degradando as propriedades rurais, prejudicando as águas o meio ambiente e a produção de alimentos. Nosso estado de Rondônia, que já tem uma das maiores taxas de desmatamento da Amazônia, precisava mais do que nunca de recompor as florestas nativas, pelo menos nas encostas e beiras de rios e igarapés,  revisando as políticas que propiciaram a devastação. Pois a fome e a miséria são o futuro dos agricultores e de todos nós, se deixamos continuar a degradar nosso meio ambiente.
Com o desmatamento ficou comprovado que as águas das chuvas se reduzem, os poços e igarapés secam e os rios ficam assoreados. Até o abastecimento de água das cidades fica comprometido. As árvores e as florestas são essenciais para a preservação da criação divina, com a natureza que Deus deixou ao nosso cuidado. Destruindo as florestas também a humanidade e todas as criaturas de Deus são sacrificadas. A falta de respeito com a natureza acontece do mesmo jeito que a vida humana e os direitos do povo não são respeitados, como vemos dia a dia em nosso estado de Rondônia, assolado pela pistolagem, a violência e a impunidade, especialmente nas áreas onde mais continua a grilagem, a retirada clandestina de madeiras e as derrubadas. 

"As árvores e as florestas são essenciais para a preservação da criação divina, com a natureza que Deus deixou ao nosso cuidado".

O ruralista Moreira Mendes (PSD), de também defende a armamento e os escravagistas atuais,  votou contra a proposta conciliadora do governo de código florestal. Desfavor que fez aos seus próprios votantes, sejam eles pecuaristas, fazendeiros ou proprietários como ele mesmo, tendo o controle da maior parte das terras da agricultura de Rondônia. Pois boa parte destas terras já foram degradadas e precisam das árvores nas margens dos igarapés e das minas de água, como nós de cílios nos olhos. É suficiente dar uma volta ao nosso estado na época seca para ver quanto já foi destruído de nossos rios e de nossas águas.
Enganam-se também os supostos aliados da presidenta Dilma, como Marina Raupp e Natan Donadon, do PMDB, votando contra a proposta do governo. Assim têm repassado ao mundo a imagem que o Brasil não é um país sério. O novo código florestal contradiz e ameaça a política oficial internacional do Brasil sobre mudanças climáticas. Com toda certeza alguns vão querer barganhar também vantagens em troca da conservação do Planeta. Com seu voto deixaram a presidenta Dilma, o governo e a todo o povo brasileiro em maus lençóis, nas vigília dum compromisso com o mundo inteiro, no Rio de Janeiro. Não é de agora que o mundo sabe que a Amazônia nas mãos destes nossos representantes está perdida.
Não podemos deixar de encorajar a posição coerente do Padre Ton (PT), o único a defender os interesses dos pequenos agricultores, indígenas e comunidades tradicionais no estado. Assim como também repudiar o voto de Carlos Magno (PP) e do médico Mauro Nazif (PSDB), que contrário a muitos dos seus companheiros de partido, também votou contra o acordo sobre o novo Código Florestal. Fraco favor que fez a ciência, a saúde humana e a saúde da terra, da qual todos dependemos.
Pois enganam-se os que se dizem religiosos, sejam evangélicos, católicos o de outro credo, se acreditam que para vencer a seca e as enxurradas devastadoras somente resta, como antes, apresentar rogativas e orações a Deus. Hoje a ciência, inspirada no conhecimento humano dado por Deus, já se manifestou de forma decisiva sobre a influência no clima, que as intervenções humanas tem capacidade de produzir. Sejam para manter as condições de vida sobre a terra, seja para as destruir. Sobre a biologia e sobre as condições que fazem possível a vida no Planeta. Assim hoje Deus nos coloca sob uma nova responsabilidade moral e ética com respeito a natureza, o meio ambiente e a ecologia.
Agricultores, cidadãos, eleitores e votantes de Rondônia, acreditem: Se chove ou deixa de chover, não depende somente de Deus. Também depende de nós. E as nossas leis e os deputados que escolhemos, também podem ajudar (ou atrapalhar!), para que o mundo continue sendo o lugar que Deus criou e onde “viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). Terra de fartura, onde não falte o alimento sadio, produzido com dignidade pelos camponeses: Homens, mulheres e jovens que cuidam com amor da criação divina, da Terra e das Águas, do Planeta, que é o lar de todos nós e de todas as criaturas de Deus.
Josep Iborra Plans. 
sábado 28 de abril de 2012.

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